domingo, 16 de dezembro de 2007

terça-feira, 27 de novembro de 2007

A CARTA

Olá
Já algum tempo que não te escrevia, por isso espero que tudo esteja bem contigo quando leres esta carta. Eu cá vou andando.
Os dias repetem-se uns a seguir aos outros, numa rotina que ajuda a ultrapassar as horas, mas na maior parte das vezes sentimo-nos dentro de um colete de forças. O que nos vale são os pequenos insólitos que surgem quando menos se espera.
Já deves ter reparado que estou um pouco cansada mas ultimamente tenho tido muito trabalho.
Então quais são as novidades? Não me respondas que " novidades só no continente".
Alguma coisa hás-de ter para me contar.
Bem, eu também não tenho assim grandes coisas para te dizer, mas olha ontem quando saí do trabalho e me deslocava no meu boguinhas em direcção a casa brilhava sobre a cidade uma quase lua cheia daquelas que parece que basta esticar o braço para lhe tocar.
Como será tocar a lua? Sempre achei que a lua devia ser fofinha, talvez por estar no céu como as nuvens , que é do conhecimento geral que são do mais fofo que há !!
Assim, de um dia sem história ficou aquela lua maravilhosa que me acompanhou a casa.
Bem agora vou-me despedir com muitos beijinhos, e até à próxima carta.

Da tua amiga


p.s - carta dirigida a todas as pessoas que a lerem.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

A OUTRA MARGEM

Excelente filme.

Quantos de nós estão na outra margem separados por um rio de indiferença, de preconceito, de solidão.
Há que atravessar a ponte todos os dias, e quando esta não existir não podemos ficar parados.
As pontes constroem-se, um gesto aqui uma palavra acolá .

sábado, 10 de novembro de 2007

OS CREPES DA ANITA

Não posso dizer que tenha aprendido a cozinhar com a Anita, pois ainda hoje não sou grande coisa em matéria de culinária. Mas aprendi com ela a fazer um "doce especial".Deveria ter uns oito ou nove anos quando me ofereceram pelo meu aniversário o livro"Anita na cozinha", por isso naquele Verão decidi experimentar , debaixo de uma chuva de sérios avisos da minha avó, a última receita do livro-crepes.O primeiro saiu um desastre, directamente para o lixo acompanhado de uma série de " eu não te disse !!". Depois de um começo desanimador as coisas lá foram correndo melhor arriscando até a fazê-los virar em pleno ar. Só achava que esta era uma sobremesa que pouco rendia, pois por mais que fizesse o montinho não crescia. Foi quando descobri que enquanto estava ao fogão a minha avó sorrateiramente comia os crepes quentinhos acabados de fazer.Com o tempo tornei-me uma exímia crepeira ( não sei se tal palavra existe?) e sentia um imenso orgulho quando a minha avó me pedia para fazer "o tal doce".Este sábado tenho um jantar de amigos , como tenho que levar uma sobremesa decidi fazer crepes, fui a um livro de culinária e encontrei receitas de crepes Suzette, crepes de amêndoa, de ricotta, etc. No meu intimo eu sabia qual das receitas eu queria fazer-os crepes da Anita. Depois de vários telefonemas e de uma busca do precioso livro a 300km de distância veio parar às minhas mãos a famosa receita da minha infância.Acabei agora de os fazer, com o mesmo amor que outrora os fazia para a minha avó.

Espero que gostem.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

MISSA VESPERTINA

Soam os acordes de preparação para a missa vespertina, enquanto isso, observo as pessoas ao meu redor. Conheço a maior parte, cruzámo-nos por diversas vezes ao longo deste caminho que percorro.
Como sempre, lá está o meu professor da escola primária, que me ensinou a ler, mas que para além das letras, nunca mais esqueci o dia em que andei no seu carocha verde alface. Umas filas atrás, a cabeleireira que me penteou desde a idade em que me apareceram os primeiros cabelos dignos de tal, e que me mudava o penteado segundo as influências da última telenovela. De todos, o que mais gostei foi o da personagem Malvina, lembro-me de subir a minha rua como se fosse uma das actrizes da novela Gabriela. Pena foi que no dia seguinte já nada restava dessa obra prima.
Num grupinho estão as senhoras que eu esperava ansiosamente todos os fim de tarde, pois assim que as avistava era sinal que a minha mãe também estava a chegar da fábrica. Cobriam-me de beijinhos, e por mais que viva não vou esquecer o cheiro que traziam, o mesmo que a minha mãe, uma mistura de penicilina, gentamicina e outras inas, que talvez me tenham influenciado na minha escolha profissional.
A cerimónia acabou saímos todos para o adro da igreja, agora o que me emociona é que muitos deles ainda me olham como outrora, ou será que sou eu que ainda os vejo com aqueles olhos de menina?

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

SEM TÍTULO

Se viveste algum momento bom com alguém , não o guardes só para ti, partilha-o.
Não fiques com essa memória guardada dentro de ti.
O tempo passa e podes perder a oportunidade de mostrar o quanto foi importante para ti.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

O MEU BAÚ

Todos temos em casa gavetas, caixas que vamos atafulhando com os mais diversos objectos, resquícios do nosso andar por este mundo.
Mas sempre chega o dia em que inevitavelmente se impõe uma arrumação, geralmente ordenada por um dos progenitores.
Pois esse dia chegou e que remédio senão pôr mãos à obra e enfrentar a tarefa hercúlea que é separar o " trigo do joio".
No fim cheguei à conclusão que tenho muita dificuldade em me separar destas pequenas insignificâncias, talvez porque elas são a prova física de tantos bons momentos.
Daqui a 20 ou 30 anos vou novamente vasculhar o meu baú e ao encontrar estes pedacinhos da minha história vou poder dizer que vivi momentos inesquecíveis que eles existiram e que não são o resultado da minha imaginação.
Talvez esta seja uma da razões para gostar tanto de fotografia, além de que assim ocupo menos espaço!

sábado, 6 de outubro de 2007

503

Olho a cidade que desfila pela janela do autocarro e interrogo-me se não serei eu que estarei imóvel enquanto a cidade me observa-"Que ser tão estranho!"



Devido a um facto alheio á minha vontade fiquei sem o meu boguinhas durante uma semana, pelo que tive que recorrer aos transportes públicos mais especificamente ao autocarro, tenho que confessar que nos primeiros dias reclamei dos tempos de espera, dos encontrões, do cheiro e de tudo o que mais houvesse.

Mas reconheço que acabei por apreciar as minhas pequenas viagens, as descobertas não se fazem apenas quando se viaja para o outro lado do mundo, existem sempre pequenos tesouros por descobrir, basta mudar a forma como percorremos o caminho.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

A1



Quem de vós que nunca extravasou toda a sua veia musical, desafinada ou não, em plena auto-estrada, que atire a primeira pedra.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

ENTRE ESTAÇÕES

Chegou o fim do verão, os dias estão mais pequenos e mentalmente já nos estamos a preparar para o cair das folhas, mas entre a despedida aos dias de sol e praia, e as boas vindas às andorinhas, tem lugar um fenómeno para o qual não tenho explicação. Será talvez alguma reminiscência dos meus tempos de estudante?



Todos os anos em Setembro sinto um desejo de comprar manuais, cadernos, canetas e lápis novos. Só quem já teve nas mãos um manual novo pode descrever a sensação de o abrir pela primeira vez , folheando cuidadosamente as páginas como com receio de que as palavras pudessem fugir levando com elas o conhecimento. Podia desejar algo bem pior, como deixar tudo para trás e partir para qualquer país em África.



Mas não,desejo apenas aprender.



terça-feira, 4 de setembro de 2007

CARTA AOS MEUS AMIGOS PEREGRINOS


Obrigado por me deixarem caminhar ao vosso lado,

por permitirem que os meus passos acompanhassem os vossos.

Obrigado pelo silêncio, e de com ele ouvir o mais importante

a voz do meu coração.

Obrigado pela minha alma plena de alegria, felicidade,

solidariedade e amizade.

Obrigado por todos os gestos, por todas as palavras ditas

e ainda mais por aquelas que nunca chegaram a ser ouvidas.

Obrigado por desejar voltar.

sábado, 25 de agosto de 2007

S.P.C - SÍNDROME DO PEITO CHEIO


O síndrome do peito cheio pode ser visto como uma doença, estas a maior parte das vezes são raras (para alguns) ao longo da vida, mas também isso acontece com o s.p.c.




Sintomas- sentes um fluxo de ar que te enche o peito e que se eleva até á garganta.De repente pensas que podes dizer tudo, mas no último segundo percebes que a palavra é o menos importante, os olhos arregalam-se para poderes abarcar tudo o que vês com mais plenitude. Pensas que podes explodir, e com alegria e desprendimento aceitarias esse último momento, mas já passou, num lapso de tempo o teu peito voltou ao nº 36 copa c de sempre.


O interessante é que a coisa mais simples pode despoletar tal estado, um azul do céu pintalgado aqui e ali por brancas nuvens, um bosque encantado percorrido com novos amigos, um pôr do sol partilhado junto ao mar.


Diagnóstico-pode ser feito com qualquer fita métrica colocada á disposição, complementado com uma observação atenta da expressão facial do doente, pois estes têm tendência para adquirirem um olhar tipo " nas nuvens".


Tratamento- não obrigado !!!!


sexta-feira, 17 de agosto de 2007

O PRAZER DAS PALAVRAS

Repeti-las pelo simples prazer do som, da forma como a língua se move na boca e não propriamente pelo seu significado.
As palavras seguem o seu caminho em direcção ao meu ouvido, sobem até ao cérebro, e sorrio, porquê?
É como se a perninha do a, a pintinha do i juntamente com as outras letras do alfabeto me fizessem cocegas.
Quando era miúda se havia alguma palavra de que gostasse , arranjava maneira de fazer os outros repeti-la, mesmo correndo o risco de me julgarem com algum problema de audição.Hoje não chego a tal extremo, mas continuo a sorrir.
Numa das crónicas do António Lobo Antunes li este excerto " e uso a palavra malfeitores porque me encanta.De puro prazer vou repeti-la malfeitores.", sorri mais uma vez pois não era a única , só tenho pena de não conseguir brincar com as palavras, como elas brincam comigo.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

SANTO AGOSTINHO


"Para conhecer a vida e o mundo é preciso viajar, e quem não viaja não saí da primeira página da vida"

Posso afirmar que já acrescentei algumas páginas ao meu livro da vida.
Em todas as viagens que fiz aprendi algo de novo sobre os locais e povos que encontrei, e muitas vezes descobri coisas sobre mim que me surpreenderam.
Viajar é descoberta, partilha, deslumbramento e sentimento, mas é também imaginação, pois do nosso sofá é sempre possível partir para outros mundos.
Durante esta semana percorri as encostas dos Himalaias, em Manhattan vi o rio Hudson deslizar em direcção ao mar, e talvez ainda dê um saltinho a Amesterdão.
Os livros permitem-nos "viajar" para mil e um lugares e com todos eles aprendemos também algo de novo.
Espero ainda acrescentar muitas mais páginas a este livro que é a minha vida, venham elas de livros ou de km percorridos.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Pelo espelho retrovisor

Existem mil e uma maneiras de olhar a vida, uma delas pode ser feita através do espelho retrovisor.
Tentar vislumbrar o que está fora do nosso ângulo de visão. Ver o mundo de uma perspectiva diferente e não nos limitarmos ao que nos colocam em frente do nariz.
É por vezes através de um outro olhar que se descobrem pequenas maravilhas que nos passam ao lado todos os dias.